A crescente digitalização influenciou em uma série de mudanças, especialmente por conta da popularização de dispositivos móveis e da internet. O comportamento dos consumidores foi afetado: basta alguns toques no smartphone e a compra está feita. Nesse sentido a transformação digital deixou de ser apenas uma tendência atual, mas uma necessidade para qualquer empreendimento que busque se manter atualizado, relevante e próximo de seus clientes.
Muitos setores perceberam a necessidade de mudanças dentro desse novo cenário de revolução tecnológica e investiram pesado na melhoria de seus produtos e serviços. Um grande exemplo de setor que tem participado ativamente de tal transformação é de varejo.
É por isso que diversas marcas do varejo físico tradicional passam por um processo de transição no qual são capazes de oferecer uma experiência mais digital ao seus clientes. Isso significa repensar processos e desenvolver ambientes conectados, levando o cliente para o centro dos negócios.
E-commerces e Marketplaces no Brasil
Um dos primeiros impactos da transformação digital no varejo foi o surgimento de e-commerces (lojas virtuais) e de marketplaces posteriormente. O primeiro se refere a uma loja online tradicional, na qual uma marca vende seus produtos. Já um marketplace funciona na prática como um “shopping virtual” que aluga sua própria plataforma para que outros varejistas vendam seus produtos em troca de mensalidades, comissão sobre as vendas e spread da taxa do cartão.
O modelo de marketplace tem se mostrado um dos modelos favoritos de vendas online, uma vez que ele proporciona uma série de benefícios como: reunir produtos e serviços de diferentes marcas e lojas, intermediar as transações entre consumidor e lojista, aumentar visibilidade dos vendedores e reduzir o investimento inicial para desenvolver uma loja virtual.
Os principais marketplaces no Brasil atualmente são:
Americanas
Submarino
Shoptime
Mercado Livre
Amazon
Walmart
No país o e-commerce faturou R$ 69 bilhões no Brasil em 2018. Dessa forma, o conhecido e-commerce cresceu 15%, enquanto o varejo tradicional, apenas 2,3% no Brasil, de acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).
A importância da integração de APIs no e-commerce
É possível melhorar de forma relevante as funcionalidades de um e-commerce por meio da integração de APIs. Isso porque estas interfaces tem influenciado positivamente na integração de diversos aplicativos, aumentando assim sua qualidade e capacidade de serviço, especialmente no que concerne o setor de varejo tomado cada vez mais por e-commerces e marketplaces.
A partir de integrações, tanto desenvolvedores quanto lojistas poderão integrar recursos que não necessariamente pertencem a eles. O que ocorre na verdade é que tais recursos são obtidos através de parceiros de APIs personalizadas especializadas.
A integração de APIs ao e-commerce proporciona uma série de benefícios ao lojista como:
Detalhes atualizados de pedidos;
Redução do trabalho manual e economia de tempo;
Precisão de dados catalogados;
Solução certificada PCI garantindo segurança ao utilizar o cartão de crédito.
Quanto ao e-commerce ele pode utilizar APIs de duas formas:
1. Consumo e exposição de APIs públicas
As APIs públicas podem compor um e-commerce de duas maneiras. No primeiro caso a loja em questão expõe suas APIs, ou seja, torna-as públicas para que terceiros possam consumi-las. Dessa forma as APIs podem ser acessados por qualquer parceiro com interesse ou, para casos específicos, de passar por um processo de certificação para consumir APIs mais sensíveis para parceiros autorizados. Existem ferramentas como API Portal (parte do API Suite) que cuidam deste processo de gestão e governança de todo o processo.
Já o segundo caso trata do consumo de APIs públicas, fazendo com que e-commerces multimarcas (multicategoria) não dependam de grandes centros de distribuição e de sua logística complexa, uma vez que se comportam como grandes hubs exibindo os produtos provenientes do consumo das APIs de outras lojas virtuais. É através desse consumo que é possível listar, editar ou inserir produtos, pedidos, dados e as disponibilidades automaticamente no site da sua loja.
2. APIs privadas
Uma ótima forma de potencializar o consumo dos próprios dados (catálogo de produtos, imagens, busca, entrada de pedidos, estoque, etc) é através das próprias APIs internas. Todos os dados podem ser usados pelo e-commerce para customizar sistemas e também no ERP para controle gerencial. O maior benefício da utilização de APIs internas para cada tipo de dado mencionado é a oportunidade de desenvolver experiências exclusivas de sua marca.
Como posso avaliar uma API de e-commerce?
Existem alguns elementos a serem levados em conta na hora de avaliar uma API de e-commerce, já que esta precisa atender aos requisitos do projeto. Elas são as seguintes:
Recursos
Através de integração de APIs um e-commerce tem mais facilidade para fazer coisas como:
Direcionar o cliente ou realizar o processamento transparente de pagamento;
Realizar a análise de comportamento do usuário (fingerprint) para score de fraude;
Indicar produtos através de modelos cross-selling e upselling;
Otimizar as buscas de produtos e com isso melhorar a User Experience (UX);
Trabalhar no retargeting de clientes para a loja;
Personalizar o e-commerce de acordo com o público consumidor, necessidades e preferências
Além desses recursos, existem outros serviços que vale a pena analisar de acordo com as necessidade do e-commerce. A presença ou falta da funcionalidade em determinado recurso leva ao próximo item a ser considerado ao analisar uma API de e-commerce.
Interoperabilidade e extensibilidade
A maior parte das APIs de e-commerce já estão “plugadas” nas plataformas, permitindo o cliente simplesmente habilite a sua utilização inserindo suas credenciais (valores-chave) para utilização do serviço. O mesmo não vale caso o cenário seja mais complexo, uma vez que o ônus dessa implementação recai completamente sobre o desenvolvimento, sendo necessário um parceiro ou equipe de desenvolvimento interno para implementá-la.
No que se refere a extensibilidade, o catálogo de produtos e serviços por APIs é diferente de fazer o mesmo com o registro de um cliente ou um pedido. O resultado é o aumento na curva de aprendizado da plataforma de e-commerce e a redução do tempo de desenvolvimento à medida que o usuário passa de uma página, diretório, arquivo ou linha de código do painel para a próxima.
Além da extensibilidade, há a questão da interoperabilidade, ou seja, a forma como uma API é integrada a outros provedores e fornecedores. Se há dados personalizados envolvidos é necessário prestar atenção em como os eventos e a comunicação funcionam entre outros serviços de primeira classe.
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Este artigo foi escrito por David Ruiz e publicado originalmente em Prensa.li.